Loucos Pela Vida Amarante

Como diria Amarante (1998, p. 14) tais estabelecimentos proporcionam ao seu usuário “experiências novas, mas já extraordinariamente ricas e complexas”, acima disso, devemos ter em mente que essa abertura de possibilidades coloca o sujeito como ator de sua própria história, podendo ele, mesmo com seus transtornos e obstáculos, traçar as linhas da sua existência a partir de seus desejos. Além da presença ativa dos usuários, a nova proposta para o sistema não conta apenas com o louco por…

com transtornos mentais que cometeram delito. Nos séculos XVI e XVII, para o acolhimento dos loucos existiam os Hospitais e as Santas Casas de Misericórdia. Estas instituições configuravam-se como espaços de acolhimento piedoso, nos quais os religiosos recebiam os excluídos, doentes, ladrões, prostitutas, loucos e miseráveis para dar-lhes algum conforto e, de certo modo, diminuir seu sofrimento (AMARANTE, 1998; FOUCAULT, 1984, 2004a). Assim, o hospício tinha uma função característica de…

loucura sendo um universo de diferenças simbólicas, se permite um lugar social, mas na segunda se organiza um lugar de exclusão e encarceramento para o louco. A partir do século XIX a loucura se transforma em objeto de conhecimento: a doença mental. Marcando historicamente a prática médica psiquiatrica, com a medicalização e terapeutização. (AMARANTE, 1995) Na época clássica os hospícios, eram internados todos aqueles que simbolicamente ameaçavam a lei e a ordem social. Na Idade Média,…

Assistência Psiquiátrica Durante a Idade Média, na Europa, as cidades expulsavam os loucos de seus muros. Segundo Foucault (1995), “acontecia de alguns loucos serem chicoteados publicamente, e que no decorrer de uma espécie de jogo eles fossem a seguir perseguidos numa corrida simulada e escorraçados da cidade a bastonadas” (p. 11). Geralmente, isso ocorria com estrangeiros, já que havia hospitais e leitos para os loucos moradores da região. Para que os insanos fossem embora das cidades,…

assim poder viver a realidade das pessoas que lutam por direito a cidadania. Meu principal agradecimento é a Deus, por ter me concedido realizar esse trabalho. Deixe-me ir Por onde eu for Caminhar por uma estrada Escolher uma flor Para a vida não gritar Quero uma chance De viver sem dor Uma flor para poder gritar O quanto o amor é grande Das cores que eu colhi A resistência eu brandi Se nunca mais eu lá for É porque de você eu já esqueci Quanto mais me escreve o medo …

século XVIII. A institucionalização da loucura, que tem no Manicômio o seu maior expoente, através de uma cultura asilar, cujo tratamento moral, com seus ideais de punição, regulação e sociabilidade, promove o surgimento de verdadeiras “fábricas de loucos”, reprodutoras de uma concepção preconceituosa e totalitária, que discrimina, isola, vigia e tem, na doença, o seu único e absoluto objeto. A reforma psiquiátrica no Brasil é um movimento histórico de caráter político, social e…

“Determinação Histórica da Loucura e Reforma Psiquiátrica.” Textos base: “Saúde Mental e Atenção Psicossocial, de Paulo Amarante e O que é loucura de João Frayze-Pereira”. Amarante discorre em sua obra “Saúde Mental e Atenção Psicossocial” sobre a história da psiquiatria, contextualizando seu enfrentamento ao transtorno mental. Partindo da descrição dos primeiros hospícios, concebidos em moldes pinelianos, ele situa-nos, no enfrentamento a problemática da loucura, desde sua…

os desajustados, os alienados. Os alienados eram os desajustados da sociedade, os ladrões, os criminosos, os loucos, os portadores de doenças degenerativas, como a lepra, os deficientes, em resumo, a considerada escória da sociedade. “Assim é que cada louco furioso era trancado em uma alcova, na própria casa, e, não curado, mas descurado, até que a morte o vinha defraudar do beneficio da vida; os mansos andavam a solta pela rua.” (Machado de Assis; O Alienista). Neste momento o…

da prática da exclusão aos desajustados a esta nova ordem social que emergia. Pobres, vagabundos, mendigos, ex-presidiários, alienados mentais, portadores de doenças venéreas, ou seja, pessoas consideradas anormais, inaptas para o trabalho e para a vida civil eram levadas agora para os chamados hospitais gerais para o tratamento moral e religioso, por meio de trabalho forçado, tortura e punições. Foi o que Foucault denominou de “A Grande Internação”. Os hospitais gerais acima citados…

espetáculos que se podem oferecer a quem ligeiramente meditar sobre os destinos.” (Lima Barreto, em Cemitério dos Vivos). Autor: George Georgiou. Hospital psiquiátrico em Kosovo, entre 1999 e 2002. Resumo Infelizmente, a ideia arcaica de que os “loucos” precisam ficar em ambientes fechados e isolados de familiares e do contato com a sociedade, ainda é enraizado em nosso meio como uma medida de proteção à sociedade. Este trabalho foi desenvolvido com o intuito de falar um pouco sobre…