O Alienista - Resenha

CONTEXTUALIZAÇÃO SÓCIO-HISTÓRICA.

Como cita Foucault, “A civilização de um modo geral, constitui um meio favorável ao desenvolvimento da loucura.” (Pág. 404) Neste contexto, a história do livro “O Alienista” se passa em uma época em que se dá o inicio de uma reforma psiquiátrica, porém a história do livro conta a história da fundação de uma casa de internação, casa essa chamada de “A Casa Verde”. As casas de internação funcionavam como um refúgio da sociedade para abrigar pessoas que não se encaixavam nos parâmetros esperados de comportamento pela sociedade, os chamados inicialmente de alienados. É deste nome dado aos desajustados que surgiu o nome “alienista”, dado aquele médicos que tratavam e estudavam os desajustados, os alienados. Os alienados eram os desajustados da sociedade, os ladrões, os criminosos, os loucos, os portadores de doenças degenerativas, como a lepra, os deficientes, em resumo, a considerada escória da sociedade. “Assim é que cada louco furioso era trancado em uma alcova, na própria casa, e, não curado, mas descurado, até que a morte o vinha defraudar do beneficio da vida; os mansos andavam a solta pela rua.” (Machado de Assis; O Alienista). Neste momento o internamento aloja-se na rede de utilidades sociais, porém mascarada de local de internamento e “tratamento”, tornando o fator “exclusão” positivo. Um dos principais pontos que o livro trata, é a demanda da sociedade por um espaço onde colocar o que não se encaixa. Amarante cita “se refere à necessidade de criação do hospício como uma demanda externa, artificial, vinda de um cientista recém-chegado da Europa...” (AMARANTE, 2006). O livro “O Alienista” foi escrito em paridade com a atuação do considerado “Pinel Brasileiro”, o fundador da psiquiatria brasileira, João Carlos Teixeira Brandão, que foi um dos primeiros a criticar a forma de tratamento dos hospitais psiquiátricos brasileiros; o primeiro deles, D. Pedro II, Rio de Janeiro, do qual foi médico diretor. Pareia também com o