“ESTAMIRA” E A REFORMA PSIQUIÁTRICA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE TERAPIA OCUPACIONAL
CURSO DE TERAPIA OCUPACIONAL
DISCENTE: LUANA CEZAR MACHADO e SABRINA BASQUERA.
DOCENTE: MICHELE TRINDADE
DISCIPLINA DE PSICOPATOLOGIA

“ESTAMIRA” E A REFORMA PSIQUIÁTRICA

O documentário "Estamira" surge com uma proposta informativa sobre o cotidiano de pessoas com sofrimento psíquico, bem como proporcionar uma reflexão quanto ao espaço social habitado por esses sujeitos, muitas vezes invisíveis para a sociedade. Na presente construção tem-se uma senhora de sessenta e três anos que trabalha há mais de vinte anos no Aterro Sanitário Jardim Gramacho, mãe de três filhos, avó, abandonada pelo marido, vítima de estupro por duas vezes, traída e enganada, sofrida, dotada de significativa sensibilidade, e outras tantas características e fatos que a fazem ser Estamira. Dentre estes, talvez o mais perceptível, o transtorno psíquico que a acompanha há alguns anos fazendo dela, para a família e para a própria sociedade, um indivíduo diferente de outrora. Ao longo da produção sua história é delineada, marcada por diversos abusos de variadas espécies e advindos das mais inesperadas relações, desde o avô até os dois maridos ou da tentativa de internação forçada por parte do filho. Além disso, fora-lhe tirada uma filha, sofrera dois estupros, dentre tantas outras violências que a fizeram acreditar apenas em si mesma, colocando-se como uma divindade dotada de poderes dos quais a humanidade não poderia isentar-se.
Ao decorrer da trama destacam-se alguns momentos, em um deles há uma discussão entre os dois filhos quanto à uma possível internação, rejeitada pela filha e apoiada pelo filho, o qual levanta a hipóteses de forças demoníacas serem a causa dos transtornos da mãe. Isso denota a escassez de informação quanto à doença mental, bem o respeito para com o indivíduos acometidos pela mesma. A filha relata que Estamira havia internado a sua