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Faoro, Raymundo. A VIAGEM REDONDA: DO PATRIMONIALISMO AO ESTAMENTO "A viagem redonda" é o último capítulo do livro de Raymundo Faoro, Os Donos do Poder, onde se afirma que, no Brasil, a estrutura político-social resistiu a todas as transformações e se perpetuou durante os diferentes períodos: Colônia, Império, República Velha, até os dias atuais. A obra é essencial para a compreensão de como estrutura política e social do nosso país se estabeleceu ao longo da história. O autor assegura que não existe um pensamento político próprio brasileiro, já que a colonização por Portugal formou o capitalismo politicamente orientado, onde não se separa o público do privado e as ações são tomadas de acordo com os interesses de uma minoria. Essa forma de poder foi formada a partir do patrimonialismo. O Capitalismo Político ou pré-capitalismo – moldou a realidade estatal, sobrevivendo e incorporando o capitalismo moderno, de índole industrial, racional e fundado na liberdade do indivíduo (liberdade de negociar, de contratar, de gerir a propriedade sob garantia das instituições). A partir daí, o capitalismo antigo foi devorado pelo modelo do capitalismo industrial, expansivo e universalizador nas suas técnicas e nas suas substâncias. Faoro afirma que D. João I, D. Pedro II e Getúlio Vargas empreenderam uma política social de bem-estar para assegurar a adesão das massas, com a finalidade de evitar a participação popular e, para isso, recorriam à mobilização das ruas em manifestações

o Estado representa. De acordo com Comparato (2003), Faoro é um intérprete do Brasil que se enquadra na historiografia compreensiva, usando uma análise do tipo estrutural com vistas ao longo prazo. Ele buscou a explicação dos fatores permanentes na formação do patronato político brasileiro no Estado. No que tange as características da formação do Estado brasileiro, Faoro afirma que a formação do Estado antecedeu a formação da sociedade. A política do país tem sua evolução decorrente…

entre o público e o privado, desta forma o Estado se configurava como propriedade de seu governante. Sem burocracia pública e um quadro administrativo instituído em sua forma legal, o governante assumia caráter patriarcal, atribuindo funções públicas a quem lhe interessava. Com o avanço do capitalismo , o Estado Patrimonialista, o "adota", com uma realidade pautada no desenvolvimento econômico sob comando político, ignorando sua face modernizadora. Assim com uma política voltada para a…

situação do brasil que leva a independência. 2. FAORO: A VIAGEM REDONDA: DO PATRIMONIALISMO AO ESTAMENTO -PATRIMONIALISMO: TIPO DE DOMINAÇAO POLITICA QUE FUNDE INTERESSES ENTRE O ESTADO E GRANDES GRUPOS ECONOMICOS -> DIFICULDADE EM DISTINGUIR O PUBLICO E O PRIVADO - persistência histórica do PATRIMONIALISMO (estrutura político-social de domínio) - o capitalismo politicamente orientado moldou a realidade estatal (atribuiu ao estado patrim e seus…

OS DONOS DO PODER Raymundo Faoro Capítulo Final. A viagem redonda: do patrimonialismo ao estamento Capítulo Final. A viagem redonda: do patrimonialismo ao estamento De D. João I a Getúlio Vargas, numa viagem de seis séculos, uma estrutura político-social resistiu a todas as transformações fundamentais, aos desafios mais profundos, à travessia do oceano largo. O capitalismo politicamente orientado – o capitalismo político, ou o pré-capitalismo –, centro da aventura, da…

introdução a Casa Grande e Senzala de Darcy Ribeiro, texto contido no Livro Casa Grande e Senzala de Gilberto Freyre, 46ª ed., Rio de Janeiro: Editora Record, 2002. Alexandra Wolcow Torres e Bernard Korman Kuperman: Capítulo 01 (Características gerais da colonização portuguesa do Brasil: formação de uma sociedade agrária, escravocrata e híbrida) do Livro Casa Grande e Senzala de Gilberto Freyre, 46ª ed., Rio de Janeiro: Editora Record, 2002. Caio Soter Montoaneli e Carlos Eduardo…

por uma dificílima empreitada: “A tentativa de implantação da cultura européia em extenso território, dotado de condições naturais, se não adversas, largamente estranhas à sua tradição milenar é, nas origens da sociedade brasileira, o fato dominante e mais rico de conseqüências” (Holanda, p. 31). Logo à frente, Sérgio Buarque já levanta um condicionante que traria ainda mais dificuldades ao quadro geral: aquela tentativa de implantação de uma cultura européia teria como realizadores, em…

WAIZBORT, Leopoldo. O mal-entendido da democracia: Sergio Buarque de Hollanda, Raízes do Brasil, 1936. Revista brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 26, n. 76, Jun, 2011. 26 - MOURA, Denise. Sérgio Buarque de Holanda e seus mundos desvelados. Revista USP, São Paulo, v. 38, jun. 1998. 27 - WAGNER, Robert. Caminhos de Sérgio Buarque de Holanda. In: BOTELHO, A.; SCHWARCZ, L. Um Enigma chamado Brasil: 29 Intérpretes e um país. São Paulo: Companhia das letras, 2009. p. 212-223.…

Vernunft von Jahrtausenden — auch ihr Wahnsinn bricht an uns aus. Gefãhrlich ist es, Erbe zu sein. SUMÁRIO Prefácio à Segunda Edição Capítulo I ORIGEM DO ESTADO PORTUGUÊS 1. A guerra, o fundamento da ascendência dos reis. As bases da monarquia patrimonial; as contribuições e os concelhos 2. Os fundamentos ideológicos da monarquia: o direito romano 3. O Estado patrimonial e o Estado feudal Capítulo II A REVOLUÇÃO PORTUGUESA 1. Preliminares da revolução de 1383-85: a nobreza, a…

descentralizador e autonómico". Ferreira (2012, p. 43) entende que a autonomia está intimamente ligada à democracia, "no sentido da proximidade e da partilha do poder pelos diferentes actores escolares" nos seus diferentes níveis de decisão e atuação. Reconhecendo várias expressões da autonomia, Ferreira (op. cit., p. 45-47) fala-nos de algumas "facetas" de autonomia, a saber: i) a "autonomia requentada", que seria a autonomia apenas no plano ideológico e filosófico, não se assumindo…