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527 palavras 3 páginas
Faoro, Raymundo.
A VIAGEM REDONDA: DO PATRIMONIALISMO AO ESTAMENTO

"A viagem redonda" é o último capítulo do livro de Raymundo Faoro, Os Donos do Poder, onde se afirma que, no Brasil, a estrutura político-social resistiu a todas as transformações e se perpetuou durante os diferentes períodos: Colônia, Império, República Velha, até os dias atuais. A obra é essencial para a compreensão de como estrutura política e social do nosso país se estabeleceu ao longo da história.
O autor assegura que não existe um pensamento político próprio brasileiro, já que a colonização por Portugal formou o capitalismo politicamente orientado, onde não se separa o público do privado e as ações são tomadas de acordo com os interesses de uma minoria. Essa forma de poder foi formada a partir do patrimonialismo.
O Capitalismo Político ou pré-capitalismo – moldou a realidade estatal, sobrevivendo e incorporando o capitalismo moderno, de índole industrial, racional e fundado na liberdade do indivíduo (liberdade de negociar, de contratar, de gerir a propriedade sob garantia das instituições). A partir daí, o capitalismo antigo foi devorado pelo modelo do capitalismo industrial, expansivo e universalizador nas suas técnicas e nas suas substâncias.
Faoro afirma que D. João I, D. Pedro II e Getúlio Vargas empreenderam uma política social de bem-estar para assegurar a adesão das massas, com a finalidade de evitar a participação popular e, para isso, recorriam à mobilização das ruas em manifestações que, “atrás de si, só deixam o pó das palavras”.
O estamento, implantado na realidade estatal do patrimonialismo, não se confunde com a elite, ou a chamada classe política. A minoria governa sempre, em todos os tempos, e em todos os sistemas. A astúcia, a habilidade, a sagaz manipulação foram qualidades psicológicas ajustadas ao comando elitário, enquanto nos estamentos prevalece a decisão de utilizar a violência.
O povo queria a proteção do Estado, parasitando-o, enquanto o Estado manteve

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