“A Noite Americana” de François Truffaut

Comentário sobre o filme “A Noite Americana”
A Noite Americana, é uma obra em homentruffou funciona agem ao próprio cinema. O título se refere a um filtro, capaz de criar a ilusão de iluminação noturna, para uma cena rodada durante o dia. Referente a proposta do filme, de revelar os percalços e satisfações na construção da “ilusão” na sétima arte.
Temos logo ao início do filme barras que evidenciam a captação de áudio, e logo em seguida a foto das irmãs Lilian e Dorothy Gish (estrelas em filmes de David W. Griffith), a quem François Truffaut, dedica o filme. Um filme sobre fazer filme. A metalinguagem já pode ser percebida logo na cena de abertura, onde já é revelado ao espectador todo aparato estratégico para a concepção da cena.
Estrelado por diretores, produtores, atores, técnicos e toda uma equipe que se reúne para fazer cinema. A rotina de produção está desnudada, e os espectadores poderão provar um pouco das complicações surgidas nos bastidores, e o empenho da equipe em manter o cronograma de filmagem, lindando com o humano, e os acasos que vão surgindo no decorrer dos dias. Como estrelismos, gravidez e até mesmo uma morte.
Com o caminhar da narrativa, o amor ao cinema vai sendo revelado em falas das próprias personagens, e em citações, por exemplo, quando Ferrand (correspondente de Truffaut dentro do filme) recebe livros de diretores importantes do cinema, e também aparições de cartazes, como “O poderoso chefão” em um jornal, e uma sequência de sonho - em um que Ferrand, garotinho, rouba fotos do clássico "Cidadão Kane" (Citzen Kane, 1940, de Orson Welles). Destaque também para a cena em que é revelada uma curiosidade da história do cinema, em que a personagem Severine, incapaz de decorar seu texto, sugere executar uma contagem, no lugar de suas falas, assim, inserindo o dialogo posteriormente em estúdio.
Truffaut provavelmente está tentando quebrar paradigmas em seu filme metalinguístico. Durante as gravações de “A chagada de Pamela” (o filme dentro