“História, Memória e Acontecimento”
TEXTO PRÉVIO 1 NASSARALA, Nair Leite Ribeiro
INTRODUÇÃO:
“História, Memória e Acontecimento”
“a história é a narração dos fatos verdadeiros, ao contrário da fábula, que é narração dos fatos fictícios”. VOLTAIRE.
A frase acima faz parte do livro a Enciclopédia, produzida na França no séc. XVIII, ela é parte de um verbete que pretendia naquele período, definir o que era História.. Tratava também da sua utilidade ao afirmar que [...] nos mostra nossos direitos e deveres” (Voltaire, 2006, p. 272). Assim, embora ainda não considerada uma Ciência, a História, distinguia sua produção daquela da dos mitos ou das lendas etc., ou seja, era considerada um conhecimento racional, que tinha uma função social, servindo para o desenvolvimento da cidadania. Portanto, a ciência Histórica neste período, já ganhava caráter de cientificidade, mas será somente á partir do século XIX, que tornar-se-á também uma disciplina, em que seus conhecimentos formam um saber especializado, com um objeto de estudo próprio e uma linguagem ou vocabulários comuns. Neste momento, os historiadores passam a formar uma comunidade que inicia um diálogo ainda presente na contemporaneidade, em torno da sua própria produção de conhecimento, podendo se agrupar em redes, de acordo com seus posicionamentos ‘tribais’, ou seja de acordo com suas perspectivas teóricas e metodológicas comuns. Desta forma, o modo de conceber o que é História e o de como fazer a pesquisa em História não são coisas consensuais, nem no tempo e nem no espaço. Isto quer dizer que a comunidade dos historiadores, em ofício, diverge sobre como definir sua Ciência e seu trabalho. Esta divergência tem sua história e às vezes, já opôs grupos diferentes. O ponto de partida fundamental do trabalho de qualquer historiador, independente da sociedade e época em que vive, relaciona-se com a sua formação