Memorias e historiografia
CATROGA, Memórias, História e Historiografia, 2001, páginas: 37- 51
Pág: 39
Segundo Halbwachs a “memória histórica” é um produto artificial, criação do homem com a finalidade de mostrar ações sociais úteis, enquanto a “memória coletiva” tem origem de algum lugar o qual desconhecemos e essa é passada oralmente. A memória sacraliza as recordações deixando-as intocáveis e sem nenhuma mudança, já a historiografia desmistifica essa sacralidade e trás interpretações críticas e objetivadas a partir das narrações que tentam convencer que o que eles contam são acontecimentos verdadeiros.
Pág: 40
Segundo o autor na historiografia contemporânea é impossível a separação entre o historiador e o seu objeto de estudo (esse é um paradigma com ideias positivistas). A memória e a historiografia, ambas narram o passado. No entanto a historiografia resgata coisas que foram esquecidas no momento em que a transmissão oral foi perdendo lugar para a afirmação da realidade e da escrita.
Pág:41
O autor afirma que escrever história é como “ressuscitar mortos”, ou seja, dar vida algo que não tem mais vida, mas que um dia teve e hoje está esquecido. O autor também faz uma comparação dizendo que os cadáveres com acontecimentos, algo que já aconteceu, e o cemitério com o tempo, tempo no qual esses acontecimentos sucederam-se.
Págs:41-42
Segundo o autor a historia é construída a partir de representações de coisas que já existiram e hoje não existem mais, como exemplo os homens das cavernas que deixaram vestígios que existiram, no entanto não existem mais.
Pág:42
Bloch definiu a historiografia como “uma ciência dos homens no tempo” que é usada para unir os estudos do passado com os do presente. Segundo P. Ricoeur só a historiografia pode ressuscitar o que está morto, por que é ela quem vai a procura de fatos esquecidos. Para M. Certeau as narrações do passado, são como cemitérios, pois neles estão narrações (textos