O desafio historiográfico
A obra propõe uma reflexão sobre o “desafio historiográfico” e apresenta um estudo da operação histórica num momento pós crise de paradigmas- 1989. Dividida em 6 capítulos, resulta de acordo com o autor num “livro de bolso”, uma escrita que se propõe ser ao mesmo tempo simples-n seu estilo de escrita- e complexa na sua abordagem teórica e espstemológica. Na esteira crítica de Ricoeur, Reis enfatiza como a História enquanto estudo do passado completa seu ciclo quando, após as fases de documentação, explicação/compreensão e representação chega ao leitor.
No Capítulo 1 Reis apresenta aquilo que classifica como uma provocação contra o dogmatismo que nega a história enquanto escrita, afirmando, pois, contra o ceticismo que “é a história da historiográfica que explica a historiografia a sei mesma.” (p.9) Já estamos tratando de uma desconstrução da historiografia. No capítulo 2 e 3, problematiza agora a reconstrução, a defesa do caráter ao mesmo tempo narrativo e realístico da historiografia, tendo como base a obras “A memória, a história e o esquecimento”, e a “Tempo e narrativa”, (1983-85), ambas de Paul Ricoeur. Nos Capítulos 4 e 5, aborda como Marxismo e Annales resolviam o desafio historiográfico no século XX, para tanto retoma as reflexões da sua obra “História dos Annales: a inovação em História” (2000). Finalmente, no Capítulo 6 destaca ser historiador no Brasil e apresenta alguns aportes a respeito da produção de Gilberto Freyre.
O diálogo de Reis com Ricoeur nos remete ao reconhecimento de debates clássicos abordados por Ricoeur, como as contribuições da psicanálise a respeito do significado do inconsciente para os estudos históricos, as críticas ao sentido de História lançadas por Nietsch, os conceitos de discurso de Foucoault, além da aceitação da premissa de Certeau para a qual os discursos possuem sujeito e lugar social; da mesma forma apresenta ao leitor um denso debate a respeito da