Ética: ter ou não, eis a questão

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Muito se tem falado sobre a importância da ética e, teoricamente, tudo parece que finalmente vai dar certo mas, na prática, a corrida por leitores, ouvintes e telespectadores faz crescer o jornalismo de má qualidade. Os jornalistas, ávidos pela notícia de impacto, beirando o sensacionalismo, esquecem muitas vezes de questionar os fatos e utilizam a informação como mercadoria. E a ética? Infelizmente não se aprende em nenhuma faculdade e ainda não inventaram uma cartilha específica para o jornalista ou qualquer que seja o profissional, porque a ética, antes de tudo, é qualidade inerente ao caráter de cada um. Assim, não há fronteiras entre qualquer um de nós enquanto pessoa e profissional. Somos os mesmos, embora em outras posições.
Falsear notícias, fraudar reportagens para “vender” mais e ganhar fama na concorrência desleal tem-se tornado comum e manchado o nome das empresas que abrigam esses “profissionais” porque o leitor, agora mais crítico, não apenas lê, mas analisa, verifica, procura por traços da verdade apenas, não a julgando absoluta, como outrora. De um lado, a sociedade clama por uma imprensa digna, honesta, precisa e informativa, enquanto de outro, visualiza uma indústria que freqüentemente tem confundido liberdade de imprensa com liberdade de impressão. A mídia deve ter uma força moral transformadora da sociedade, mas além de crítica, precisa ser benéfica. A notícia é uma “faca de dois gumes”. Os profissionais da comunicação precisam saber usa-la, ter consciência de como ela pode repercutir na vida das pessoas, das mudanças que podem proporcionar, do impacto. Até agora, todos os jornalistas que desobedeceram os preceitos éticos, tiveram a pena “máxima” de perder o emprego e continuam impunes, exercendo a profissão.
Entre tantos casos, o da Escola Base: pesadelo vivido por educadores de São Paulo, acusados de molestar crianças. Foram desonrados, tiveram seus rostos mostrados, seus nomes impressos nas páginas dos jornais, e suas vidas manchadas.

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