O estudo de matemática e ciências naturais no ensino
A questão referente ao sentido pelo qual a metafísica poderia imitar o “método de Newton” encontra já o seu mais elevado grau de resposta e esclarecimento: A história da razão científica suprime a desconfiança de que a filosofia deveria imitar uma ciência. No entanto, quando dissemos que Kant, de fato, partiu da ciência newtoniana, indicamos por aí a característica decisiva de sua filosofia, no fato de que Kant pensou a razão como razão cientifica, em virtude de sua história contínua. É deste modo que o conceito de conhecimento é determinado para ele. Em descartes, e também em Leibniz, percebemos de modo profundo a distinção entre certeza matemática e a certeza moral. Contudo, eles não conseguiram levar a termo esta distinção, nem mesmo sustentá-la. É necessário, no que concerne a Descartes, ressaltar a maneira como ele coloca, ao lado das ciências aritméticas e geométricas, as outras ciências da natureza; quanto,”a saber,” de quais ciências da natureza se trata? Ele não o diz. Contudo, ele faz coincidir, através de seu princípio, o conhecimento matemático com o conhecimento da existência própria (vida moral) – onde não há, infelizmente, nenhuma ciência. De modo análogo, Leibniz atenua a diferença entre a matemática e os fundamentos gerais próprios da lógica, e dá um fim à controvérsia sobre o significado que possui os princípios de identidade e de contradição para a certeza matemática; controvérsia verbosa que durou muito tempo e que, nos dias de hoje, não está ainda completamente resolvida. Conduzindo de forma contrária a questão filosófica sobre a ciência matemática da natureza, Kant traz, em primeiro lugar, a seguinte precisão: estas questões não recaíram somente sobre o conhecimento em geral – termo em que cada um pode bem entender o que quiser – mais sobre este conhecimento mesmo que é a ciência matemática da natureza. Esta precisão não somente permiti