O “mito” da neutralidade científica
O método da ciência não é um fluxo instável de opiniões, mas ao contrário, a ciência pode alcançar êxito no seu propósito de fornecer explicações dignas e de confiança, bem fundadas e sistemáticas para numerosos fenômenos.
O papel primordial da ciência é construir uma explicação que se aproxima dos fatos, isto é tornar o mundo mais compreensível, oferecendo meios para o homem ter controle sobre ele. É através do conhecimento científico que o homem domina a natureza e não pela força. Portanto a ciência se caracteriza por tentar alcançar conhecimentos sólidos que foge do senso comum.
Mas nem por isso a ciência é uma verdade absoluta, sempre coerente e infalível, por exemplo, analisando as trajetórias históricas podemos perceber que muitas teorias ditas pelos cientistas já foram derrubadas.
O que diferencia o conhecimento cientifico do conhecimento filosófico é uma questão de âmbito. A ciência tem sua abrangência voltada para questões especificas, localizadas. A filosofia tem seu campo de abrangência mais global e crítico da práxis humanas.
A tarefa fundamental da filosofia consiste em analisar criticamente as condições em que se realizam as investigações cientificas, isto é, a filosofia investiga os fins e as prioridades que ciência se propõe, avaliando as consequências das aplicações técnicas. autonomia e neutralidade cientifica :
Os mais diversos métodos científicos, mais notadamente os positivistas e os racionalistas, com frequência defendem que a ciência deve ser autônoma, neutra e imparcial. O filósofo Hugh Lacey possui uma série de ótimos ensaios sobre o tema, e uma proposta bastante particular sobre a ciência moderna. Lacey também diz que destes três valores, apenas a imparcialidade ainda é mantida.
Para compreendermos o raciocínio de Lacey é preciso antes entender como ele define os três valores. A imparcialidade diz respeito aos meios em que teorias científicas são escolhidas ou priorizadas em detrimento de