Cientificismo e Mito da Neutralidade Científica
O cientificismo é a crença infundada de que a ciência pode e deve conhecer tudo, que, de fato, conhece tudo e é a explicação causal das leis da realidade tal como esta é. Ao contrário dos cientistas, que não deixam de enfrentar obstáculos em suas pesquisas, o senso comum cientificista resulta numa ideologia e numa mitologia da ciência.
Ideologia da ciência: crença no progresso e na evolução dos conhecimentos que, um dia, explicarão totalmente a realidade e permitirão manipulá-la tecnicamente, sem limites para a ação humana.
Mitologia da ciência: crença na ciência como se fosse magia e poderio ilimitado sobre as coisas e os homens, dando-lhe o lugar que muitos costumam dar às religiões, isto é, um conjunto doutrinário de verdades atemporais, absolutas e inquestionáveis.
A ideologia e a mitologia cientificistas encaram a ciência não pela perspectiva do trabalho do conhecimento, mas dos resultados (apresentados como espetaculares e miraculosos) e, sobretudo como uma forma de poder social e de controle do pensamento humano. Por este motivo, aceitam a ideologia da competência, isto é, a ideia de que há, na sociedade, os que sabem e os que não sabem, que os primeiros são competentes e têm o direito de mandar e de exercer poderes, enquanto os demais são incompetentes, devendo obedecer e ser mandados. Em resumo, o cientificismo sempre sugere que a sociedade deve ser dirigida e comandada pelos que “sabem” e os demais devem executar as tarefas que lhes são ordenadas.
MITO DA NEUTRALIDADE CIENTÍFICA
O Mito da neutralidade Científica é a teoria de que a ciência é imparcial e que é construída a partir da simples observação de fatos e experimentos, dos quais se tiram as conclusões científicas que são consideradas neutras. É dito "Mito", pois o que de fato ocorre é que a ciência não é tão imparcial assim. O cientista não apenas observa os fatos, mas tem que interpretá-los, entrando aí todas as suas concepções políticas, religiosas e filosóficas. Isso