O turista aprendiz
Mário de Andrade viaja ao nordeste com intuito de pesquisar a fundo a cultura nordestina. Viagem que inicia em vinte e sete de novembro de 1928e termina em fevereiro de 1929. Passando pelo Rio de Janeiro, mas a primeira cidade do nordeste visitada foi Salvador, uma visita breve, onde se encanta com a arquitetura extravagante da cidade e com o fato das pessoas andarem a pé faz crítica mais uma vez ao povo carioca pela quantidade de carros e o hábito de andar somente de automóveis, fica triste com a partida. De volta a bordo conhece Laura Moura por quem se encanta.
Uma rápida estadia em Maceió passeia e conhece a Chegança, uma dança típica, faz crítica ao povo local que não reconhece o valor cultural e só quer saber de festa, parti, mas com intenção de voltar para conhecer melhor a cidade.
“Quando chega a Great Western Mário de Andrade se depara com uma cidade bem rural onde a pobreza e total falta de urbanização espantam e incomodam até mesmo os próprios nordestinos como se vê no trecho:” (...) Eu já tenho uma olaria dentro por dentro, (...) Se poeira se exportasse, nordeste não tinha crise não! Era São Paulo “Pág. 203.
No dia quinze de dezembro, chega a Natal onde passa alguns dias já tem um contato com o “coco” que é um ritmo local. Ainda em Natal, descreve a cidade como organizada, digna de ser a capital do estado, porém apesar de gostar da cidade, não deixa de lembrar que não gosta de viajar como mostra o seguinte trecho: “Não atravanco a paisagem, não tenho obrigação de ver coisas exóticas... Estou vivendo a vida de meu país...” pág. 207.
Mário de Andrade faz uma comparação com o caju, a fruta e a economia que gira em torno dela, é uma crítica a exploração do meio ambiente, a exploração da mão de obra, a falta de preocupação com a classe trabalhadora, que não é lembrada, pois a distância entre ricos e pobres é tamanha que termina numa cegueira cômoda. Como se pode ver no trecho a seguir: “ E ainda, insistindo na conceitualidade marxista