Tombamento aqueduto
Tatiane Caparróz S. Cruz1 Resumo A partir do conceito de Jacques Le Goff de que a memória permite a sobrevivência do passado, o patrimônio histórico e cultural adquire enfoque privilegiado onde as memórias e as identidades sociais adquirem materialidade. Em busca de preservar a expressão mais ativa de seu passado, o Brasil inicia com a criação do IPHAN na década de 1930, os processos de salvaguarda de seus bens identificados como patrimônio. O Aqueduto da Carioca, obra mais significativa do período setecentista tendo em vista as adversidades geográficas do território onde localiza-se a cidade carioca, é pioneiro no reconhecimento e ação legal de tombamento, sendo tal pioneirismo e o decorrente processo a reflexão feita pela presente pesquisa. Palavras-chave: Patrimônio, Memória, Aqueduto da Carioca. Reconhecida primeiramente em 1531 pelos irmãos Pero Lopes de Souza e Martim Afonso de Souza, a região inicialmente nomeada Guanabara é cenário distinto e fundamental no período colonial brasileiro. A cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro torna-se no século XVIII a mais importante cidade da colônia portuguesa na América, cenário fundamental no setor político, econômico, social e cultural, estendendo-se tal prestígio até o século XIX. Tais setores caracterizam de forma expressiva as relações e ações futuras empreendidas no Rio de Janeiro mas, não menos expressivo, cabe juntamente as condições geográficas e ambientais um papel fundamental nos traços que definiram a configuração da cidade.
1
: Bolsista PIBIC – CNPq, Universidade Estadual de Maringá, tati_hb89@hotmail.com
A edificação de uma urbe encontrava na cidade do Rio de Janeiro sérios adversários naturais. Segundo Cavalcanti, as adversidades apresentadas convertiam-se em “muralhas”2. O Rio de Janeiro reunia, nas afirmações de Cavalcanti:
(...) a combinação