design de moda e cultura brasileira
O design e a cultura expressam a identidade de um povo, porém de forma contrastante e ao mesmo tempo complementar. Enquanto a cultura está diretamente ligada à tradição e às origens de um povo, o design por sua vez está sempre em busca de inovação. Schneider (2010) afirma, portanto que “produtos novos [...] devem se harmonizar com o que é familiar e se integrar ao estilo de vida dos usuários”. Dessa forma, assim como o design, a moda em nenhum momento se aliena a cultua de um povo, afinal:
A moda é concebida como modo de vida e é, sobretudo, esta percepção que possibilita a união entre moda e cultura. A própria compreensão da moda enquanto fenômeno cultural só foi possível a partir do momento em que a própria noção de cultura incorporou a ideia de modo de vida (CIDREIRA, 2010, p.238). Quando se fala em Brasil, é obvia a pluralidade de culturas presente no país, e como defende OCTAVIANO (2010) esse fato se dá a dois fatores: a enorme extensão territorial e a grande diversidade de imigrantes, que juntamente com os índios nativos criaram numerosos tipos de miscigenação, tanto étnica quanto cultural.
O design de moda no Brasil explora essas diversidades culturais, e através de pesquisas transformam-nas em referências para suas criações. Como exemplo, temos o estilista Ronaldo Fraga, que em sua coleção “Turista Aprendiz” (Figura 1) teve como referencia inicial a obra de Mário de Andrade de mesmo nome. Com essa iniciativa, o estilista valoriza a cultura local e nacional, além de agregar valor cultural ao seu produto.
Atualmente no design uma questão muito presente é a sustentabilidade, devido a uma demanda global por novas ideias que supram as necessidades da geração presente bem como as futuras. Segundo Vezzoli (2008, p.197) sobre a relação entre design e sustentabilidade “entende-se o ato de projetar produtos, serviços e sistemas com baixo impacto ambiental e uma alta qualidade social”.
Figura - Desfile Ronaldo