O traje da criança
O traje no século XIII comprova o quanto a infância era tão pouco particularizada na vida real. A criança deixava os cueiros, ou seja, a faixa de tecido que era enrolada em torno de seu corpo, ela era vestida como os outros homens e mulheres de sua condição. Hoje em dia, o traje esporte, adotado tanto pelos adolescentes como pelas crianças, tende a substituir as roupas típicas da infância do século XIX. Em todo o caso, a Idade Média vestia indiferentemente todas as classes de idade, preocupando-se apenas em manter visíveis através da roupa os degraus da hierarquia social. Nada, no traje medieval, separava a criança do adulto.
No século XVII, entretanto, a criança, ou ao menos a criança de boa família, quer fosse nobre ou burguesa, não era mais vestida como os adultos. Ela agora tinha um traje reservado à sua idade, que a distinguia dos adultos.
Na tela de Philippe de Champaigne do museu se Reims que representa os sete filhos da família Harbert. Os dois gêmeos que tem apenas quatro anos e nove meses: eles não estão mais vestidos como adultos. Usam um vestido comprido, diferente daqueles das mulheres, pois é aberto na frente e fechado ora com botões, ora com agulhetas: mais parece uma sotaina eclesiástica.
François que tem um ano e 11 meses, e o caçula, de oito meses, vestem-se ambos exatamente como sua irmã, ou seja, como duas mulherzinhas: saia, vestido e avental. Este era o traje dos meninos menores. Tornara-se hábito no século XVI vesti-los como meninas, e estas, por sua vez, continuavam a se vestir como as mulheres adultas. No caso das mulheres, a separação entre crianças e adultas ainda não existia.
Enquanto os meninos usavam esse traje feminino, dizia-se que eles estavam à La bavette, ou seja, eram crianças “de babador”. Isto durava até por volta de quatro ou cinco anos.
A roupa tornava visíveis as etapas do crescimento que transformava a criança em homem.
Nos colégios, os semi-internos usavam o vestido por cima das calças justas