resumo o traje infantil
A indiferença marcada que existiu até o século XIII pelas características próprias da infância não aparece apenas no mundo das imagens, o traje da época comprova o quanto a infância era então pouco particularizada na vida real. Assim que a criança deixava os cueiros, ou seja, a faixa de tecido que era enrolada em torno do seu corpo, ela era vestida como os outros homens e mulheres de sua condição. Hoje em dia, a adolescência se expandiu para trás e para a frente, e o traje esporte, adotado tanto pelos adolescentes como pelas crianças, tende a substituir as roupas típicas da infância da século XIX e início do século XX. Na Idade Média vestia indiferentemente todas as classes de idade, preocupando-se apenas em manter visíveis através da roupa os degraus da hierarquia social. Nada, no traje medieval, separava a criança do adulto. Não seria possível imaginar atitudes mais diferentes com relação à infância. No século XVII, entretanto, a criança, ou ao menos a criança de boa família, quer fosse nobre ou burguesa, não era mais vestida como os adultos. Ela agora tinha um traje reservado à sua idade, que a distinguia dos adultos. Esse fato essencial aparece logo ao primeiro olhar lançado às numerosas representações de crianças do início do século XVII.
O traje infantil havia um arcaísmo, a sobrevivência da túnica longa. Essa tendência ao arcaísmo subsistiu, no fim do século XVIII, os meninos pequenos eram vestidos com golas no estilo Luis XIII ou Renascimento. As crianças pintadas por Lacret e Boucher freqüentemente são representadas vestidas segundo a moda do século anterior.
Mas, a partir do século XVII, duas outras tendências iriam orientar a evolução do traje infantil. A primeira acentuou o aspecto efeminado do menino pequeno. Essa efeminização do menino pequeno, observado já em meados do século XVI, de início foi uma coisa nova, apenas indicada por alguns poucos traços. Tornou-se impossível distinguir um menino de uma menina antes dos