Infância na Idade Média
“Júlio de Mesquita Filho”
Faculdade de Ciências e Letras
Campus de Araraquara
Curso de Pedagogia
Agosto - 2014
Philippe Ariès e a história da infância Neste trabalho de final de disciplina apresentaremos algumas ideias de Philippe Ariès sobre a história da infância na Idade Média e no Antigo Regime e as possíveis relações entre o surgimento do sentimento de infância no interior da chamada família moderna. Abordaremos neste trabalho as características sociais da época, a evolução do sentimento se infância entre as famílias, a evolução da criança e do sistema de aprendizagem. - A infância na Idade Média
Até por volta do séc. XII, a arte medieval desconhecia a infância ou não tentava representa-la. É difícil crer que essa ausência se devesse à incompetência ou á falta de habilidade. É mais provável que não houvesse lugar para a infância nesse mundo. Uma miniatura otoniana do séc. XI nos da uma ideia impressionante de deformação que o artista impunha então aos corpos das crianças, num sentido que nos parece muito distante de nosso sentimento e de nossa visão. Tudo indica, de fato que a representação realista da criança, ou a idealização da infância, de sua graça, sua redondeza de formas tenha sido próprias da arte grega. A infância desapareceu da iconografia junto com os outros temas helenísticos, e o românico retomou essa recusa dos traços específicos da infância que caracterizava as épocas arcaicas, anteriores ao helenismo. Isso significa sem duvidas que o homem do séc. X-XI não se detinha diante da imagem da infância, que esta não tinha para eles interesse, nem mesmo realidade. Isso faz pensar também que o domínio da vida real, e não mais apenas no de uma transposição estética, a infância era um período de transição, logo ultrapassado e cuja lembrança também era