A concepção de infância no medievo ocidental cristão
RESUMO: O presente trabalho tem como foco analisar a historiografia acerca da concepção de infância no medievo ocidental, considerando tal concepção como sendo uma construção sócio-cultural, sob o ponto de vista das mentalidades. Portanto, a forma pela qual as crianças eram percebidas e inseridas no respectivo recorte histórico. A metodologia empregada pautou-se na pesquisa bibliográfica, juntamente com a análise de fontes iconográficas medievais, mais precisamente a obra do pintor flamengo Peter Bruegel, O Velho, intitulada Jogos Infantis (1560) que, apesar de ser um artista renascentista, é conhecido por retratar imagens medievais, portanto, servindo como fonte ao presente trabalho, que pretende evidenciar a multiplicidade dos discursos acerca da concepção de infância no medievo cristão, para além da simplista discussão de existência ou não desta concepção, de forma a enriquecer a produção e o debate, fundamental à compreensão desse fenômeno cultural chamado infância.
PALAVRAS CHAVE: Infância, Medievo Ocidental, Iconografia.
O presente trabalho tem como foco expor um panorama historiográfico acerca da concepção de infância no medievo ocidental cristão, pautando-se na pesquisa bibliográfica e na iconografia pertinentes, sob uma perspectiva de que a idéia de infância é fruto de uma construção sócio-cultural, sob o ponto de vista das mentalidades. Portanto, o enfoque será na maneira pela qual as crianças eram percebidas e inseridas no Medievo Ocidental Cristão.
É preciso ter em mente que o sentimento de infância, sendo esta caracterizada como uma fase própria da formação do indivíduo, com suas especificidades, é uma concepção construída culturalmente pela sociedade e, neste sentido, “toda sociedade tem seus sistemas de classes de idade e a cada uma delas é associado um sistema de status e de papel.” (KUHLMANN: 1998, p. 16)
Ressalte-se que tanto a concepção sobre a infância como a história da infância são