HistoriaCorpoIM

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
Aluno:Adriano Alves Farias
Disciplina: História do Corpo
Professor: Carlos Miranda

Resenha do livro “UMA HISTÓRIA DO CORPO NA IDADE MÉDIA”, escrito por Jacques Le Goff e Nicolas Truong

A introdução do livro em tela já trás ao leitor uma série de informações, não apenas sobre a história do corpo no período medieval. Entitulada “História de um esquescimento”, tal parte do livro, pela minha leitura, pode ser divida em duas partes distintas. A primeira faz exatamente o que o título da introdução propõe: uma breve reflexão da história do corpo na historiografia. Como enunciado, tal história é, em sua grande parte, a história de um esquescimento, da desconsideração do corpo como objeto digno de ser alvo de estudo por historiadores. Tanto a noção de que o corpo, seus movimentos, hábitos e mudanças se enquadraria na esfera da natureza, não da cultura, quanto a própria repugnância pelo estudo destes aspectos fez com que a História do Corpo fosse apenas recentemente estudada de maneira mais direta. Muito embora tais preconceitos quanto a este campo de estudo não tenham impedido a presença pontual do corpo em estudos historiograficos, algumas destas exceções destaco neste breve texto. Mesmo no século XIX, Jules Michelet, em seu estudo sobre a feitiçaria na Idade Média, já iria abordar tal temática, uma vez que uma das características mais marcantes das feiticeiras do medievo era uma aproximação muito maior com o corpo e suas funções do que a ascética e dominante Igreja. O papel da interdisciplinaridade no estudo da História do Corpo também é ressaltado, quando os autores citam, por exemplo, que o sociólogo e antropólogo Marcel Mauss em seus trabalhos acaba por apresentar que o corpo e os hábitos que o envolvem sofrem mudanças com o tempo. Atos considerados essencialmente naturais como deitar e sentar sofreram mudanças intensas no desenvolver da sociedade ocidental, mudanças que diferem esta