O tempo no cinema
CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO
TEORIA DO CINEMA
ALUNO: RODRIGO VASCONCELLOS
O TEMPO NO CINEMA
Recife, 06 de Junho de 2011
“(...) em vez levar em conta a ordem cronológica, com a qual o homem se familiarizou com as medidas de comprimento, superfície, volume e duração, não conviria mais chamar o valor-tempo a primeira dimensão, e não a quarta, a fim de reconhecer seu papel de orientadora geral que ela exerce em seu espaço?” (Epstein 1974-1975, pp. 284-285). O tempo (e sua manipulação), permito-me afirmar, é o grande maestro da narrativa. É a duração, não objetivamente falando, mas nossa noção dela, que determina o espaço e nos conduz no desenvolver da trama.
Marcel Martin afirma: “(...) que o cinema (ou antes: a planificação-montagem) introduz uma tripla noção do tempo: o tempo da projeção (a duração do filme), o tempo da ação (a duração diegética da história contada) e o tempo da percepção (a impressão de duração intuitivamente sentida pelo espectador, eminentemente arbitrária e subjetiva, tal como a sua conseqüência negativa eventual: a noção do aborrecimento, isto é, o sentimento de uma duração excessiva nascida de uma impressão insuportável de duração.)” (O Tempo, In: A Linguagem Cinematográfica, 2009, p.261). A partir daí, podemos observar que os cineastas dispõem de instrumentos para moldar esse “tempo de percepção”, atrelado a noções do tempo diegético, o que Tarkovisk chama de “tempo esculpido”, pois é aí que o cineasta modela e direciona o espectador. Ele afirma que o ritmo da imagem e o peso da trama são conseqüências dos planos, não da montagem, ela trabalha em cima dos tempos dos planos – “O ritmo resulta do caráter do tempo que passa dentro dos planos. Em outras palavras, o ritmo do filme não é determinado pelo comprimento dos pedaços montados, mas pelo grau de intensidade do tempo que transcorre neles.” (Tarkovisk 1989, p. 111). Já Marcel Martin diz: “Em definitivo, o melhor