AUMONT, Jacques. O olho interminável: cinema e pintura.Tradução Eloísa Araújo Ribeiro. São Paulo, Cosac e Naify, 2004.
4053 palavras
17 páginas
AUMONT, Jacques. O olho interminável: cinema e pintura. Tradução Eloísa Araújo Ribeiro. São Paulo, Cosac e Naify, 2004.Introdução
Durante todo o livro Aumont (2004) faz uma possível relação entre o cinema e a pintura. Por ser o “Cinema imagem sonora”, desde os anos 80 ele busca relações com outras artes e linguagens. (2004:9-10)
Capítulo I Lumière, “o último pintor impressionista
Aumont (2004:25) busca uma relação entre o pictórico e fílmico com Lumière, um paradoxo, já que o mesmo nunca praticou a pintura,e ainda tinha status de cineasta duvidoso, apenas foi um comerciante amador.Mas, algo chama atenção em Lumière, A relação entre o cinema com Lumière é de certo modo comercial. Ele foi o primeiro produtor, o primeiro distribuidor de filmes a imprimir sua marca indiretamente – Lumière não dava muita importância ao cinema, de inventor torna-se cineasta, sem filmes, sem interesse, mas ele seria no entanto um dos maiores cineastas – um cineasta narrativo. (2004:26-27)
Lumière buscou compreender que a produção de imagens animadas tem seu interesse em relação a um público, a uma sala, a uma projeção. Ele ignorou o fato de as imagens-movimento não terem relação com a ciência. Ele costumava improvisar, provocando reações pela profusão dos efeitos da realidade. (2004:26)
A chegada de um trem na estação, ondas que se quebram na praia, o ferro que incandese ao ser trabalhado, são exemplos de efeitos de realidade considerados quantitativos – efeitos mostrados por Lumière, onde um gesto ou mímica são percebidos diferentes são percebidos em cada vez que se vê o filme. (2004:30-33)
A pintura produz efeitos de realidade, detalhes que igualmente seduz como nas vistas de Lumière: o ar e a água, se tornam presentes e palpáveis. Para o autor (AUMONT,2004:34) tanto a pintura quanto a fotografia produzem esse efeito de realidade.
De acordo com Aumont (2004), três características estão relacionadas à pintura: o impalpável, a luz atmosférica é apenas cor, matéria visual