O sonho de rose
Tetê Moraes
A história começa com um breve resumo do filme anterior: Terra para Rose. O mesmo começa em 1985 quando 1.500 famílias camponesas ocupam um latifúndio na pequena cidade de Sarandi, no Rio Grande do Sul. Pouco depois Tetê Moraes chegou para registrar o momento. Conversou com todos e acompanhou a caminhada de 500 km até Porto Alegre. Em seu filme deu maior ênfase às mulheres, em especial à Roseli Seleste Nunes da Silva, mãe da primeira criança nascida no acampamento: Marcos, nome dado por ser um marco de esperança para todos. Rose era uma mulher simples e valente, ia para as manifestações com o filho nos braços e dizia que preferia morrer lutando a morrer de fome. E foi exatamente isso que aconteceu. Rose e mais dois camponeses foram esmagados por um caminhão que se lançou contra os manifestantes.
Dez anos depois, Tetê Moraes sentiu a necessidade de saber o que tinha acontecido com aquelas pessoas. A ocupação da fazenda Annoni gerou o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra, os antigos ocupantes da fazenda se dispersaram em vários assentamentos onde prosperaram criando cooperativas, abrindo frigoríficos, estabelecendo acordos de cooperação entre si e com organizações não governamentais, e até associando-se a distribuidores multinacionais.
O filme mostra como é possível crescer através da organização, do trabalho coletivo e da preservação da individualidade. É a história de pessoas mais que do que qualquer coisa, afastando todas as insinuações sobre seu posicionamento político ou de apoio ao MST.
No fim da história, Tetê reencontra os familiares de Rose. Eles vivem na periferia de Porto Alegre. Juntos relembram os feitos de Rose e a imagem que deixou a todos que a conheceram, falam dos sentimentos de seus filhos sobre ela e o que deixou de herança para eles com sua coragem e vontade de