O Som e o Rádio
O som se transforma em linguagem a partir do momento em que somos capazes de interpretar a mensagem que se pretende transmitir. A sinestesia que ele provoca é um dos alicerces para o desenvolvimento emocional do ser humano, e por consequência, mecanismo essencial de comunicação. O som é visual. As imagens são evocadas por barulhos distintos, onde cada ruído desenha algo diferente em nossas mentes. Ele transmite sensações, conceitos ou representações, provocando diferentes efeitos psicológicos, como temor, angústia, tranquilidade e outros, indiferentes à percepção racional do cérebro. O som se transforma em linguagem universal num primeiro nível de percepção Num segundo nível, a interpretação da linguagem sonora, baseia-se em códigos convencionais, que permitem ao ouvinte identificar o som e associá-lo a um objeto, imagem ou situação previamente registrada. Além de condicionar, a linguagem sonora pode produzir uma série de mensagens paralelas. Se ela se basear em elementos de caráter cultural, cada ouvinte terá uma compreensão diferente. Alguns sons são contextualizados de formas específicas, de pessoa para pessoa, de nicho para nicho. Por isso os meios de comunicação precisam de uma certa homogeneidade na linguagem sonora. Uma mesma canção pode despertar diferentes emoções, até mesmo contrapostas. Nesse terceiro nível aparece a interpretação sonora mais subjetiva e portanto imprevisível. Os significados comuns são deixados de lado e somos levados a situações pessoais vividas exclusivamente por nós. Nossa biografia interfere nessa análise inconsciente dos sons. Nesse ponto se torna inegável que o som sendo música, ruído ou mesmo o silêncio, constitui uma forma de expressão. Para ser catalizador desse som que se expressa, temos o rádio, e toda estrutura sonora embutida nele. A música que pode ser de conteúdo