Trabalho
Havia um garoto diferente chamado Raimundo, ele se destacava por ter um olho azul e outro preto, além de ter a cabeça pelada, era um menino de bom gênio. Por ser diferente dos outros garotos sofria comentários maldosos dos meninos de sua rua. Raimundo era zombado sempre, ele mesmo se excluía do convívio social, pois sempre sonhava com uma terra onde todos eram iguais a ele, onde o país se chamava Tatipirun.
Logo quando ficava com raiva ou chateado acabava fechando um olho e logo em seguida fechava o outro lentamente. Ao entrar em casa foi direto para o quintal onde logo avistou um morro, foi andando na ladeira, mas não precisava subir, era um caminho cheio de curvas aonde o monte ia baixando. No caminho ele pensava em voz alta se aquele caminho era mesmo a serra Taquaritu quando logo em frente surgiu um automóvel que o confirmou; era um carro esquisito que ao invés de faróis tinha olhos grandes um preto e outro azul, que ao sair levantou as rodas da frente, armou um salto e passou por cima da cabeça do menino que foi cair a cinquenta metros adiante. Em frente fez amizade com a laranjeira que não tinha espinhos e também possuía um olho preto e outro azul, o ensinou onde ficava o rio sete cabeças que se reunia outros meninos iguais a ele. Raimundo rondou por ali alguns minutos, sentou em uma pedra quando um rapazinho se aproximou e logo ficou admirado, pois Raimundo usava roupas e sapatos, pois todos ali estavam descalços e cobertos por panos coloridos inteiramente iguais ás teias que as aranhas vermelhas fabricavam. Para ficar igual a todos a aranha deu-lhe de presente uma túnica azul. Tirou a sapatos e sentiu-se nos pés a frescura e a maciez da relva. Logo se deparou com a multidão que