O sertão real e imaginário
Weverson Cardoso de Jesus1
Regina Célia Padovan2
Resumo: As análises expostas nesse artigo são frutos de uma retomada na historiografia referente à região; pretende-se relacionar aspectos presentes na escrita das questões regionais, a fim de compreendermos como a imagem de sertão foi construída e tornada uma abstração. Após essa compreensão, questionamos como o Goiás – sobretudo sua região norte, hoje estado do Tocantins – foi representado pelo sertanejo.
Palavras-chave: sertão, imaginário, região.
Abstract:
The analysis exposed in this article are the result of a recovery in the historiography concerning the region, we intend to relate aspects present in the writing of regional issues, in order to understand how the image of backlands was built and made an abstraction. Following this understanding, we question how Goiás - especially its northern region, today Tocantins state - was represented by the backcountry.
Key-words: backlands, imaginary, region.
Introdução
A categoria sertão tem sido objeto de investigação de diversas áreas do conhecimento, como Literatura, Geografia, História, Sociologia, entre outras com a finalidade de compreender os processos civilizatórios, formadores de identidades, de um melhor entendimento das questões relacionadas à região e a formação dos aspectos identitários da nação. Propomos neste artigo retomar aspectos da historiografia regional que referem-se à construção da imagem de “sertão” nos diversos períodos que abrangem a trajetória do país, desde sua colonização até a contemporaneidade. Tendo analisado essas perspectivas questionamos como o Goiás – sobretudo sua região norte, hoje estado do Tocantins – foi representado pelo “sertanejo”, habitante dessas terras consideradas “incultas” e “distantes”. Propomos ainda compreender como a ideia de sertão foi construída na historiografia até tornar-se uma abstração, uma categoria que abrange