O ser e a analítica existencial

O SER E A ANALÍTICA EXISTENCIAL
RESENHA DE 02/10/14
JOSÉ RAIMUNDO GUIMARÃES FORTES – LICENCIADO EM FILOSOFIA PELA UFPI

Giovanni Reale, em sua História da Filosofia vol. III, no capítulo dedicado a Heidegger, diz que o pensamento deste filósofo sofre uma reviravolta, quando Heidegger defende que o ser é capaz de se auto-revelar. O homem deixa de ser o único ente que pode fazer com que o ser se revele. Agora o ser se auto-revela. Isso divide seu pensamento em antes e depois desta reviravolta. Bem ao estilo de Reale, ele joga esta afirmação desconexa em seu texto a título de introdução.
Reale prossegue fazendo uma citação do filósofo do ser. Nela Heidegger diz que o objetivo de “Ser e Tempo” é resolver o problema do sentido do ser. Qual é o sentido do ser? É o problema que reclama solução em Heidegger. Para resolvê-lo, primeiro ele dirá que o homem é aquele que pode fazer o ser se revelar. Depois que o ser se auto-revela.
Reale faz outra citação. Desta vez, Heidegger afirma que o homem é o único ente capaz de se perguntar pelo sentido do ser. A analítica existencial, explica Reale, nada mais é do que esta busca pelo sentido do ser. Como o homem é o único ente que se pergunta pelo sentido do ser, cabe a ele solucionar este problema, realizando a análise existencial.
Reale diz que Heidegger dá uma caracterização peculiar ao ente homem: ele é o Ser-aí (Da-sein, em alemão). “Aí” ou “se” significam que o homem está a cada momento aí, isto é, lançado ao mundo. Ele vive situações com as quais se relaciona. O Ser-aí é, pois, um ente e um ser diferente dos demais. Como tal, não pode ser mais considerado simplesmente o estar-presente. Assim o julgou a filosofia ocidental. Na verdade, o Dasein é o ente para o qual todos os outros estão presentes. Além do mais, como foi dito, ele é aquele que se pergunta pelo sentido do ser. O modo de ser do Ser-aí não é, pois, estar-presente. É a sua própria existência. Isso não se aplica a nenhum outro ente.
Outra citação de