Fundamentos filosóficos para a psicologia
Martin Heidegger
O que significa dizer que a condição de ser do homem é ser em aberto, poder-ser, ser-no-mundo? E que, portanto, a produção da subjetividade é mundana?
Heidegger ao elaborar a questão sobre o sentido do ser elege o homem (concebido como presença) como o ente que será questionado em seu ser. Isto é, por ter uma primazia ôntica / ontológica em relação aos demais entes (uma vez que ao ser a presença coloca em jogo o seu próprio ser e ao mesmo tempo pré-compreende este ser), o filósofo empreenderá uma analítica existencial deste ente como modo de acesso a elaboração da questão sobre o sentido do ser. Compreende-se tal analítica como a análise dos momentos estruturais (estudo fenomenológico dos modos de ser fundamentais) em que a presença se projeta na existência. Ao empreender tal analítica, Heidegger vê que o primeiro destes momentos estruturais será o mundo. Isto é, visto que o principal modo de a presença se projetar na existência é como ser-no-mundo, faz-se senhor da compreensão do que significa este fenômeno.
Em sentido fenomenológico determinou-se a estrutura formal de fenômeno como o que se mostra enquanto ser e estrutura de ser. Assim sendo, ao perguntar pelo fenômeno de mundo não devemos nos ater nem às coisas naturais (natureza como substância), nem às coisas dotadas de valor, uma vez que, segundo Heidegger, ambas são entes que se dão “no” mundo. Ou melhor, são determinações ou modos específicos de ser no mundo. E sendo “no-mundo” tais entes já o pressupõe. Desta forma, Heidegger propõe que nos atenhamos no fenômeno por ele determinado como “mundanidade do mundo em geral”, que é aquele em que ao mesmo tempo somos e estamos, daí a idéia de que a produção da subjetividade é mundana.
O que significa afirmar que a fenomenologia hermenêutica existencial se autocompreende como uma perspectiva relativa de conhecimento? E que o reconhecimento da relatividade da perspectiva é, simultânea e