O que é teoria anti-social?
# O conceito de tendência antissocial não foi formulado para designar um diagnóstico clínico, mas, sim, um continuum de comportamentos e atitudes que, em maior ou menor grau, todos os indivíduos podem apresentar, em determinadas situações de vida. Reflete uma demonstração de esperança em recuperar uma experiência de maternagem que foi positiva e que foi perdida (deprivation), no período de dependência relativa. (Justo & Buchianeri, 2010)
A tendência antissocial não seria, segundo Winnicott, uma defesa organizada, e sim uma patologia da transicionalidade, porque está relacionada a uma falha ambiental na fase de dependência relativa, fase esta em que a transicionalidade já está se efetuando.
É um sinal de SOS (esperança) ao meio que se encontra em débito para com a criança. Ela não é um diagnóstico, podendo ser encontrada tanto em indivíduos normais quanto em neuróticos ou psicóticos. Na tendência antissocial há uma necessidade que se exprime em uma externalidade, a culpa é do ambiente. Caracteriza-se por um elemento que compele o ambiente a tornar-se importante.
Winnicott (2000) nos alerta que os comportamentos antissociais começam muito cedo a aparecer com sintomas que, via de regra, são considerados normais ou inerentes ao desenvolvimento infantil, pelos pais e cuidadores, como a enurese noturna, a hiperatividade, os transtornos alimentares, podendo evoluir para mentiras, furtos e, em alguns casos – quando não há uma intervenção no momento adequado –, pode derivar para condutas antissociais graves.
Para ele há sempre duas vertentes da tendência antissocial: aquela representada tipicamente pelo roubo, e a outra representada pela destrutividade, mesmo que a ênfase recaia por vezes mais sobre uma do que sobre a outra. (Vilhena & Maia, 2002 )
No roubo, dentro do entendimento winnicottiano, há a procura de algo, em algum lugar, por parte da criança – o que importa não é o objeto que é roubado e sim o que esta