Racismo na Infancia
A expressão das formas indirectas de racismo na infância (*)
DALILA XAVIER DE FRANÇA (**)
MARIA BENEDITA MONTEIRO (***)
A EXPRESSÃO DAS FORMAS INDIRECTAS DE
RACISMO NA INFÂNCIA
Vários estudos realizados com adultos têm demonstrado que as formas de expressão do racismo na sociedade contemporânea estão se tornando progressivamente mais subtis, mais indirectas e menos abertamente negativas do que eram até a primeira metade do século XX (Gaer-
(*) Este artigo decorre de investigações parcialmente financiadas pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) do Ministério da Ciência, no quadro do
Projecto “Social and cognitive factors of social identity construction and management in inter-ethnic relations: a developmental approach”, ref. POCTI/PSI/419
70/2001, em curso no Centro de Investigação e de Intervenção Social (CIS/ISCTE).
Qualquer contacto deve ser dirigido à primeira autora, para o seguinte endereço: Dalila Xavier de França, Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Sergipe, Estado de Sergipe, Brasil. E-mail: dxfranca@msn.com (**) Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da
Empresas (ISCTE), Centro de Investigação e de Intervenção Social (CIS/ISCTE), Coordenação para o Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior (CAPES),
Universidade Federal de Sergipe (Brasil).
(***) Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresas (ISCTE), Centro de Investigação e de Intervenção Social (CIS/ISCTE).
tner & Dovidio, 1986; Katz & Hass, 1988; Kinder & Sears, 1981; McConahay & Hough, 1976;
Pettigrew & Meertens, 1995). A análise das formas mais subtis e indirectas de expressão do racismo e do preconceito nos adultos tem gerado um amplo corpo teórico e metodológico na psicologia social. Contudo, há uma carência de estudos que analisem as formas mais subtis e indirectas de racismo na infância. Os estudos que analisam o preconceito na infância afirmam que após os sete anos de