Adolescentes num contexto fundamentalista
PENTECOSTAL GAÚCHO
Gisela I. W. Streck
Luciano de Carvalho Lírio
É um conceito escorregadio o conceito/condição da adolescência em tempos de liquidez, (BAUMAN, 2007, p.5), portanto proponho a analise da adolescência vivida nos espaços religiosos fundamentalistas, sendo mais específico em duas denominações nascidas no Rio Grande do Sul. Observando que manifestações culturais se produzem nesse cenário, busco como referencial teórico-metodológico as contribuições da
Psicologia, da Sociologia, das Ciências Biológicas e sua articulação com a Teologia e a
Pedagogia sob a perspectiva pós-moderna.
Adoto o termo adolescente segundo a Organização Mundial de Saúde, que estabelece a adolescência entre os 10 e os 19 anos de idade, por contemplar os aspectos biossomáticos da adolescência fundamentais na pesquisa. Considero insatisfatória a faixa etária entre 12 a 18 delimitada no ECA, por considerar que essa demarcação etária é fruto de uma ação legalista do Direito que identifica o fim da adolescência com a maioridade civil no Brasil e incompleta pois subtrai os dois primeiros anos da fase inicial da adolescência onde se iniciam as transformações corporais e as alterações psíquicas como frutos do início da puberdade e os dois anos finais, caracterizados pela inserção do adolescente no mundo adulto.
No presente trabalho, busco analisar como os adolescentes constroem e compartilham formas particulares de entender o mundo globalizado, compreendem a realidade que se desenha a sua volta e expressam a fé em um contexto fundamentalista pentecostal gaúcho.
O conceito de identidade é complexo, muito pouco desenvolvido e muito pouco compreendido na ciência social contemporânea, segundo Stuart Hall, que nos indaga “se é possível, de algum modo, em tempos globais, ter-se um sentimento de identidade coerente e integral?” (HALL, 2000, p.84)
As Identidades adolescentes no ambiente fundamentalista
Os adolescentes são