Persépolis

Persépolis Assistimos ao filme, do livro de Marjane Satrapi, “Persépolis” que narra de forma singela passagens autobiográficas da autora do livro em quadrinhos, o que deu origem a esta animação inteligente e brilhante. O filme retrata a história de uma adolescente que atravessa diversos cenários e situações que evidenciam o sofrimento das pessoas e principalmente das mulheres, na ditadura imposta no Irã pelo Xá nos anos 80, e a posterior irrupção do regime fundamentalista dos ayatolás. Ainda quando criança, Marjane sonhava em ser uma profetisa, para quando crescer possuir poderes para salvar o Planeta. Marjane vê, se desenrolar diante de seus olhos a passagem de uma ditadura opressiva para um sistema regido por grupos islâmicos fanáticos, não menos cruéis que o antigo Xá. Eles determinam cada detalhe da vida dos iranianos, desde o comportamento até a forma de se trajar. A menina é então obrigada a usar um véu, o que lhe inspira a vontade de se converter em uma autêntica revolucionária. Em um contexto de bombardeios no Teerã ao longo da guerra contra o Iraque, seguido por um incessante sumiço de pessoas, os pais de Marjane decidem enviá-la para Viena, tentando assim evitar que algo terrível aconteça. Daí em diante, Marjane enfrenta muitas outras conturbações, o que gera uma mulher triste, depressiva, melancólica, por se sentir distante de sua pátria e de seus pais. Isto faz com que Marjane viva um dilema cruel, pelo fato de que para obter o mínimo de liberdade necessária para qualquer ser humano, Marjane é obrigada a viver em terra alheia, e para voltar à seu país deve abrir mão de tudo que pensa, sente e sonha. Em relação à matéria desenvolvida nas aulas de filosofia, o filme nos mostra a diferença das relações de gênero nas diferentes culturas do mundo. Podemos exemplificar, citando a cultura brasileira e a cultura iraniana (vivida pela personagem principal do filme), onde no Brasil as mulheres possuem praticamente os “mesmos” direitos que o homem