A SOCIOBIOLOGIA DA SOCIOPATIA 1
EVOLUCIONISTA INTEGRADO
Linda Mealey (1997). In: S. Baron-Cohen (ed.).The Maladapted Mind: Classic Readings in Evolutionary Psychopathology. (cap. 8) .Psychology Press: East Sussex. Trad. Dwain P. Santee, Ph.D.
Resumo: Os sociopatas são membros que se destacam na sociedade em dois sentidos: politicamente, eles chamam a atenção por causa da descomunal quantidade de crimes que cometem e psicologicamente, nos fascinam porque a maioria de nós não consegue entender a forma fria e desvinculada com que repetidas vezes manipulam e ferem os outros. Explicações proximais advindas da genética do comportamento, desenvolvimento infantil, teorias da personalidade, teorias da aprendizagem e psicologia social descrevem uma complexa interação entre fatores de risco genéticos e fisiológicos, com variáveis demográficas e micro-ambientais que predispõem uma proporção da população ao comportamento anti-social crônico. Mais recentemente, modelos teóricos evolucionistas e da teoria dos jogos tem tentado nos apresentar modelos últimos da sociopatia, como a expressão de uma estratégia de vida dependente da frequência, selecionada por um equilíbrio dinâmico, em resposta a certas circunstâncias e variáveis ambientais. Esse artigo tenta integrar os modelos proximais ontogenéticos com os modelos últimos e evolutivos, sugerindo que duas etiologias ontogeneticamente diferentes de sociopatia emergem de dois mecanismos evolutivos distintos. Estratégias sociais para a minimização da incidências do comportamento sociopático na sociedade moderna devem levar em consideração as duas etiologias e os fatores que contribuem para isso.
Os sociopatas, que formam apenas entre 3 e 4% da população masculina, e menos de 1% da feminina (Davison & Neale 1994; Robins et al. 191; Strauss & Lahey 1984), parecem formar cerca de 20% da população carcerária americana (Hare 1993), e entre 33% e 80% da população de criminosos crônicos (Hare 1980; Harpending & Sobus 1987;