O que à/a psicologia escolar
Maria Cristina Machado inicia seu texto abordando questões acerca da identidade do psicólogo escolar atualmente. De acordo com a autora, inicialmente, esse ramo da psicologia construiu uma imagem de seu papel pautada em ações corretivas e práticas ortopédicas que não consideravam as diferenças advindas das faltas de oportunidades, mas colocavam as diferenças individuais como responsáveis pelos “problemas” que surgiam. Principalmente, no que concerne à aprendizagem das crianças. Outro aspecto levantado no texto diz respeito à prática do psicólogo escolar que tinha um certo caráter de alienação da realidade, isto é, o psicólogo assumiu um lugar na escola, como cita a autora, em um “Espaço à margem” e pouco contribuía para a escola, pois não havia interação com as demais vozes da instituição . Entretanto, essa visão limitada, foi se modificando na medida em que o psicólogo teve a possibilidade de lançar mão de novos dispositivos teóricos de leitura, aliado ao fato de que sua inserção na escola lhe proporcionou uma visão do que de fato se constituía esse ambiente.
Apesar dessa tomada de consciência, o psicólogo se vê diante de uma outra questão: como fazer intervenções pautadas na ética da transformação social se as teorias mais recentes apenas lhe ajuda a entender, mas pouco sobre como agir? Maria Cristina assemelha esse momento vivido pela psicologia escolar com a fase vivida por um pré – adolescente. Como colocado por ela, a psicologia escolar se encontra naquele momento em que um pré adolescente cresceu, mas não interiorizou o seu novo tamanho, e vive esbarrando pelos cantos. Diante da situação da falta de teorias psicológicas que orientassem a prática do psicólogo nas escolas, o mesmo acabou se deparando com a Psicanálise, mas aos poucos foi se percebendo a impossibilidade de casamento entre Psicanálise e Educação. O conflito entre esses dois acontece, principalmente, pelo fato de a Psicanálise explicar as origens do