O Que Sociabilidade Violenta
De acordo com Silva (2004) existe uma expressão muito difundida e coletivamente aceita pelas populações urbanas para:
a) descrever cognitivamente
b) organizar o sentido subjetivo das praticas que envolvem o que legalmente se define como crime comum violento e suas vitimas atuais ou potenciais – violência.
Narrativas que visam explicar motivos da ação, assim como avaliações morais de condutas e fenômenos da vida cotidiana nas grandes cidades, fundamentam-se nessa expressões para serem aceitas e compreendidas. Isso permite tomar a violência urbana como uma representação coletiva, categoria de senso comum constitutiva de uma ”forma de vida”. Nesse sentido, ela não pode ser corrigida nem falsificada – mas pode ser objeto de critica racional.
A representação da violência urbana seleciona e indica um complexo de praticas que soa consideradas ameaças e a duas condições básicas do sentimento de segurança existencial que costuma acompanhar a vida cotidiana rotineira – integridade física e garantia patrimonial. Ela aponta para o crime comum, maso foco de atenção é a força nele incrustada, a qual é definida como responsável pelo rompimento da “normalidade” das rotinas cotidianas, isto é, de seu caráter cognitiva e axiologicamente (vem da palavra axiologia e significa teoria dos valores) não-problemático e moralmente licito (tudo que é permitido, ou não é proibido). Essa é a razão que a violência urbana não é simples sinônimo de crime comum nem de violência em geral.
Portanto, é uma construção simbólica que destaca aspectos das relações sociais que os agentes consideram relevantes, em função dos quais constroem o sentido e orientam suas ações.
As atribuições do sentido da violência urbana implicam, direta ou indiretamente, o reconhecimento pelas populações urbanas da fragmentação de suas rotinas cotidianas. Os modelos de conduta a que se refere essa representação procuram lidar com o medo e a percepção de risco pessoal e expressam,