estudante de moda
No contexto das coberturas jornalísticas sobre violência, crime e criminalidade urbanos*1 - a televisão, está cada vez mais presente. Considerando a importância, eficácia e velocidade de transmissão da informação, as reportagens comumente chamadas de policiais na TV têm atributos consideráveis. Podem ser um canal de denúncia ou uma eficaz centelha no agendamento de políticas públicas e promoção do bem-estar social. Mas muitas vezes, em contrapartida, podem impactar as relações sociais dos telespectadores, especialmente quando as matérias se apresentam de forma sensacionalista e descontextualizada, por exemplo. Um problema conceitual e teórico que pode ser ainda mais esclarecido sob um olhar sociológico a respeito da relação entre esse potente recurso da mídia e a violência que salta do aparelho televisor para dentro das nossas casas.
Em que medida as notícias sobre homicídios, assaltos, acidentes ou operações policiais na TV ajudam a construir uma sociabilidade violenta? A avalanche de acontecimentos sobre o tema, transmitidos no telejornal, não ativaria as vivências e temores do cidadão a ponto de produzir uma sociedade ainda mais violenta? É possível relacionar a audiência de programas jornalísticos policiais com o desenvolvimento, percepções e comportamentos violentos? Imagens cada vez mais sangrentas e explícitas realmente informam o telespectador sobre o que é a notícia? O público consegue discernir quem mais comumente é responsável pela versão dada ao fato na reportagem: é a polícia, a vítima, o bandido ou o próprio repórter?
Quando o assunto é um ato violento, ele é contado como único, isolado, ou há uma contextualização mais complexa envolvendo, por exemplo, o tratamento da notícia dentro de um contexto sócio-cultural-político ou de direitos humanos? Sobre a vítima ou o autor do ato violento, especialmente quando está morto, o telespectador se sente informado sobre a raça, classe social e o passado dessa pessoa? Os fenômenos da violência,