O quadro negro - resenha
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Os anos radicais: o governo Jânio Quadros a aula passada, fizemos uma pequena viagem pelo final da década de 1950, quando encontramos variadas manifestações da cultura brasileira, popular e erudita. Essa efervescência era, em grande parte, um produto da “euforia” desenvolvimentista. No entanto, o clima de otimismo foi quebrado pelos grandes desafios que a nova década nos trouxe. Nesta aula, você vai ver de que forma as conjunturas política e econômica do início dos anos 60 foram marcadas pela herança − positiva e negativa − do período desenvolvimentista. Vamos acompanhar a eleição e o governo de Jânio Quadros, o presidente que obteve o maior número de votos que o Brasil jamais tinha dado a um candidato até então. Pois esse presidente tão votado renunciou ao cargo com menos de oito meses de governo.
Abertura
N
A vassoura chega ao Planalto
Movimento
As eleições presidenciais de 3 de outubro de 1960 deram uma espetacular vitória a Jânio Quadros, ex-prefeito e ex-governador de São Paulo. Jânio foi candidato de uma ampla união de partidos. Veja só quantos se juntaram para elegê-lo: UDN, PTN, PDC, PR e PL. A esses partidos uniram-se as dissidências do PTB, PSD, PRP, PSP e PSB.
Campanha presidencial de Jânio Quadros.
Jânio obteve 48% (quase seis milhões) dos votos válidos, contra os 32% dados ao marechal Henrique Teixeira Lott. Como você viu na Aula 32, Lott era ministro da Guerra do governo Kubitschek e candidato oficial do governo pela aliança PSD-PTB. Outro ex-governador de São Paulo, Ademar de Barros, também candidato, obteve 20% dos votos. A eleição de Jânio teve o comparecimento de 80% do eleitorado. Até então, nunca tantos eleitores haviam dado seu voto no Brasil. Para a vice-presidência, foi novamente eleito João Goulart, candidato da coligação PSD-PTB e ex-vice presidente de Kubitschek. Você deve estar perguntando: como podem ser eleitos um presidente de um partido e um vice-presidente de outro? Uma boa