O projeto da modernidade- habermas
O que predominava como pensamento no período medieval era o Teocentrismo: concepção segundo a qual Deus ocuparia o centro do universo. Nessa época todas as esferas estavam fortemente ligadas à religião, o fato é que essa forma de encarar o mundo passou a ser bastante criticada com o Renascimento, que é um movimento onde se passou a ter uma compreensão mais antropocêntrica do universo. Aconteceram então, a reforma protestante, a revolução francesa e o Iluminismo. O projeto da Modernidade surgiu baseado nos preceitos do movimento iluminista, no qual ocorreram transformações de caráter social, político, artístico, filosófico, econômico e moral.
A partir de então houve a separação das esferas da vida da religião (laicização ou racionalização das esferas) e umas das outras. Esferas da vida são a política, a ciência, a moral e a arte. Elas criam condições, representam, entendem e discutem aspectos da vida humana, cada uma com a sua referência específica. Essa separação das esferas foi o principal acontecimento da modernidade na visão de Habermas.
O efeito pelo qual cada uma dessas esferas passou foi diferenciado. As esferas de caráter cultural como: a moral, a arte e a ciência passaram por um efeito de liberação e autonomização. O cientista passou a ter mais liberdade para pesquisar, o artista tem uma maior liberdade para se expressar e as pessoas já não eram obrigadas a assumir uma moral religiosa. Já no caso da economia e da política, o efeito foi contrário. Essas foram submetidas à razão instrumental, que se preocupa com a eficiência dos meios, mas não tem uma avaliação crítica dos fins (câmaras de gás usadas no nazismo é um exemplo). Essa razão dita instrumental foi usada em grande medida como forma de modernizar o sistema capitalista.
Porém, Habermas não perdeu a esperança no iluminismo. Ao contrário, o filósofo acredita que o Iluminismo do século XVIII deve ser recuperado enquanto projeto para o mundo contemporâneo, através