Educação e o projeto emancipatório em habermas
Cálita Fernanda Batista de PAULA
Profº Dr. Danilo PERSCH
Universidade do Estado de Mato Grosso, Alto Araguaia, MT
RESUMO: O objetivo deste artigo é explicitar as implicações da teoria da racionalidade comunicativa e da teoria da modernidade de Jürgen Habermas sobre o campo educacional. Como referencial aparecem os dois conceitos centrais do autor: do mundo da vida e do sistema. No mais é abordar a contribuição de Habermas no que concerne à elaboração da ideia de projeto emancipatório. Uma das principais questões que Habermas procura responder é a possibilidade de continuar esse projeto da Modernidade. Ele critica as noções de filosofia da consciência e filosofia da história; e salienta a necessidade de noções tais como racionalidade comunicativa e evolução social a fim de garantir esse projeto. Com base nestas ideias, este artigo busca mostrar o papel das escolas nesse processo.
PALAVRAS-CHAVES: Ação comunicativa; Teoria da modernidade; Educação Emancipadora; Habermas.
1. INTRODUÇÃO Uma das principais características da modernidade é a crença de que a emancipação da humanidade depende de uma sociedade racional. A história é concebida como uma narrativa, um processo de racionalização, logo, de libertação da espécie humana. As teorias educacionais modernistas sempre conceberam a educação como um processo de emancipação. A educação, assim concebida, é um processo através do qual o indivíduo vai construir sua humanidade. Nesta perspectiva, as escolas são consideradas locais privilegiados na formação de sujeitos racionais e autônomos. As escolas ocupam, por essa razão, um lugar privilegiado nas narrativas utópicas, aquelas que vislumbram para a humanidade maior felicidade e liberdade no futuro. As críticas à razão têm levado à desconfiança quanto à possibilidade de emancipação da humanidade. Iluministas, como os frankfurtianos Adorno e Horkheimer defendiam, inicialmente, uma razão emancipatória, mas