O processo de democratizaçao da terceira onda de democracia
Pode-se dizer que a literatura de referência do processo de democratização da Terceira Onda organiza-se em torno da discussão e definição do conceito de democracia (Shumpeter,1942/Dahl,1973), tomada esta como variável dependente, e do exame das diversas variáveis independentes que seriam facilitadoras ou, ao contrário, inibidoras da sua consolidação.
Dentre as muitas variáveis independentes analisadas pela literatura – variáveis institucionais, relações civis-militares, características das lideranças nacionais, características da cultura do país em transição, condicionalidades, efeito bola de neve, bloqueios econômicos, a atuação da Igreja católica – esta comunicação focalizará as variáveis externas e, mais especificamente, a exportação de democracia.
A exportação de democracia é uma parte relativamente pequena da vasta literatura de democratização e é considerada, quase sempre, inequivocamente pró-americana. A importância do seu estudo está no fato de que a difusão da democracia e seus valores tem sido parte essencial da doutrina da política externa da única superpotência do pós-guerra fria, inclusive como garantia de sua segurança. Mesmo após os ataques de 11 de setembro, quando se poderia esperar que segurança predominasse sobre todas as demais considerações, exportação de democracia é pilar fundamental da Doutrina Bush (cf. Jervis, 2003).
PROMOVENDO E EXPORTANDO DEMOCRACIA
Vários são os meios para promover ou exportar democracia: desde intercâmbios culturais de estudantes e pesquisadores e monitoramento de eleições, passando por embargos econômicos, sanções políticas, condicionalidades econômicas e políticas impostas pelas agências multilaterais de desenvolvimento e financiamento até o uso da força. A difusão da democracia pela força das armas é o meio de mais difícil justificação. Nem por isso seu uso é pouco freqüente, como indicam as