O Problema Da Depress O P S Parto
MARIANA SILVA TELES E LUCILENE COSTA
O PROBLEMA DA DEPRESSÃO PÓS-PARTO
BRASÍLIA, 2014
Toda mulher vivencia um estado de depressão pós-parto, entretanto o que irá defini-lo é a intensidade e temporalidade desse estado. A subestimação do sofrimento da mulher na gestação com o pensamento comum, de que essa etapa é um momento apenas de felicidade para a gestante e a família, pode fazer com que a mãe sinta-se culpada por ter pensamentos ambivalentes. Deve-se lembrar que esses pensamentos irão acompanhar a mãe durante toda a gestação.
É importante permitir que a gestante possa expressar livremente seus temores e ansiedades, e um enfermeiro bem treinado pode dar assistência e orientação, auxiliando a paciente a enfrentar as diversas situações de maneira mais adaptativa, realista e confiante. Trata-se de um trabalho preventivo, se tiver início junto com o acompanhamento no pré-natal e/ou de suporte ante a crise, no caso da depressão pós-parto já instalada. Os benefícios dessa atuação precoce e preventiva não se restringem ao bem-estar exclusivo das mães. São atitudes que representam também um grande benefício às crianças pois, de acordo com as observações da literatura, existem boas evidências de correlação entre as desordens depressivas das mães e os distúrbios emocionais de seus filhos (Chaudron & Pies, 2003 apud Silva, Souza e
Moreira, 2003).
“Entendemos que desde a infância as meninas treinam o papel de boa mãe, segundo o qual a mulher deve ser capaz de enormes sacrifícios, entre eles ser amável, tranquila, compreensiva, terna, equilibrada, acolhedora, feminina em tempo integral! Espera-se um ideal, um modelo de mãe perfeita, uma imagem romanceada da maternidade construída ao longo dos últimos séculos, que está alicerçada sob um rígido padrão incapaz de admitir qualquer vestígio de sentimentos ambivalentes nas mães.” (Azevedo e Arrais, 2006)
Pela idealização de uma mulher que deve obrigatoriamente amar os filhos, a