O populismo e sua historia
REFERÊNCIA
FERREIRA, Jorge (Org.). O Populismo e sua história: debate e crítica. Rio de janeiro: Civilização Brasileira, 2001.
O POPULISMO
No início de sua análise, Jorge Ferreira estabelece que o populismo seja herdeiro do clientelismo da primeira república. Destaca-se ainda, não compreendê-lo como um fenômeno que tenha regido as relações entre Estado e sociedade entre 1930 e 1964, pois o autor considera que a categoria “populista” foi construída ao longo do tempo. Por isso examinar-se-á as duas gerações populistas, para mostrar como esse conceito histórico foi construído e moldado para as necessidades do Estado. O populismo na primeira geração surgiu devido à teoria da modernização, baseada no desenvolvimento tecnológico que obrigou a grandes massas de camponeses a migrarem para a cidade. Segundo Germani e di Tella, a inserção do mundo rural nos centros urbanos, fez com que o modernismo surgiu-se como um movimento de transição histórica, da sociedade rural para a urbana. Entretanto o grupo Itatiaia formula uma versão conceitual mais profunda ao predizer que o populismo está associado a uma classe dirigente que perdeu sua representatividade e carece de exemplos coletivos para orientar-se. Neste sentido é o Estado servirá de mediador dos interesses dessa categoria. Entretanto será Werneck Vianna aprofundará o conceito de populismo na 1° geração, ao afirmar que as migrações dos trabalhadores do campo para as cidades, acostumados com uma realidade clientelista, não conseguiram, explicitar uma realidade coletiva devido à falta de experiências cooperativas, próprias do mundo urbano e industrial. Assim o Estado interventor liga os interesses comuns básicos, desses indivíduos, que não conseguem entrar em um acordo para o sentido coletivo. Weffort, coabitando também da teoria da modernização, estabelece que o populismo só tornasse um sucesso da política varguista devido a uma grande quantidade de trabalhadores provindas do