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REVISTA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA Nº 17: 151-156 NOV. 2001
FERREIRA, Jorge (org). 2001. O populismo e sua história – debate e crítica. Rio de Janeiro :
Civilização Brasileira.
AS SETE VIDAS DO POPULISMO
Emerson Urizzi Cervi
Universidade Tuiuti do Paraná
Faculdade Internacional de Curitiba
Reunindo sete artigos sobre o populismo1 para mapear a trajetória social e acadêmica do conceito sobre um fenômeno que parece estar sempre preparado para ressurgir, o livro O populismo e sua história – debate e crítica, organizado pelo historiador Jorge Ferreira, questiona o uso tradicional do termo como categoria explicativa da política brasileira. No conjunto os textos conseguem dar conta das múltiplas facetas do populismo clássico no Brasil e na América Latina, deixando a desejar nas discussões sobre o neopopulismo – apesar de o fenômeno ser citado em alguns artigos do livro.
De fato, o populismo é um objeto de estudo científico sem uma formulação totalmente acabada. Em parte pelas paixões a favor ou contra e em parte pela diversidade das ocorrências históricas do populismo, o que resulta em uma diversidade de abordagens.
Classicamente, existem três grandes formas de abordagens analíticas do populismo. Ele pode ser estudado como um fenômeno de origem social, como uma forma de governo ou como uma ideologia específica (WORSLEY,
1973). Em qualquer de suas formas, o populismo necessita de alguns elementos básicos para se concretizar: independente das particularidades das ocorrências, ele surge quando há uma massificação de amplas camadas da sociedade que desvincula os indivíduos de seus quadros sociais de origem e os reúne na massa, relacionados entre si por uma sociabilidade periférica e mecânica; quando há uma perda da representatividade e da exemplaridade da classe dirigente; quando há a presença de um líder dotado de carisma de massas (WEFFORT, 1989).
A obra agrupa diversas formas de abordagem sobre o populismo brasileiro do período