O pensamento mestiço
- “as autoridades civis e eclesiásticas trabalharam obstinadamente, em seguida, para aí implantar os quadros e os modos de vida que a Europa ocidental elaborara no correr dos séculos. Quiseram até transformar em cristãos os "naturais" que povoavam esse novo mundo.”
- Ocidentalização material, política, religiosa e artística. “Em sua versão castelhana, a ocidentalização operou, em vagas sucessivas entre os séculos XVI e XIX, a transferência para o outro lado do Atlântico dos imaginários e das instituições do Velho Mundo. Foi uma empreitada colossal. Sob outras aparências, com outros conteúdos, objetivos e ritmos, a ocidentalização prosseguiu até os dias de hoje, ganhando progressivamente o conjunto do globo.”
- Construção do território e da sociedade colonial, a partir da transferência de famílias ibéricas para o Novo Mundo. Surge assim uma infra-estrutura de tipo europeu. Por isso surge a Nova Castela, Nova Espanha...
- Os cabildos. Política de uniformização da língua e da lei. Direito castelhano nas Índias. América espanhola era uma réplica de Castela real ou ideal. Política urbanística materializava a vontade imperial de mostrar nas terras americanas o triunfo do poder e da fé.
- Essa réplica do Velho Mundo não excluía a população indígena, não podia dispensá-la. “Juridicamente, os vencidos constituíam um dos dois corpos e dos dois pilares da sociedade colonial.”
- “A um só tempo, a Coroa espanhola separava e juntava: cristalizava as sociedades vencidas numa posição de alteridade, mas esta era um decalque do universo hispânico. Por toda parte as elites indígenas serviram de intermediárias forçadas - e muitas vezes interessadas - entre europeus e massas ameríndias.” Mão de obra indígena para as obras dos espanhóis.
- O papel da Igreja e a relação com os índios. "Os naturais eram o motor e o objetivo de todos os projetos empreendidos pelas ordens mendicantes. Trabalhadores, escravos de direito ou de fato, criados,