O paradoxo do imaginário no ocidente
Acerca do primeiro item Durand toma como ponto de partida o segundo mandamento da tradição judaica, qual seja, a proibição das imagens (eidolon). Em vista disso, o autor parece desconhecer o curioso dado hermenêutico a partir do qual descobrimos que, enquanto na Bíblia há aproximadamente cinco indicações que contestam o uso de ícones (entre as quais a mais conhecida está em Êxodo 20), outras vinte trazem minuciosas recomendações sobre como estes deveriam ser fabricados – isso para não nos reportarmos aos abundantes fragmentos bíblicos de linguagem simbólica, especialmente caso tomemos os livros sapienciais do Antigo Testamento ou o texto do Apocalipse. De uma ponta à outra, a Bíblia está repleta de referências ao imaginário (por exemplo, a figura do Dragão, da Serpente que fala e das várias figuras aladas – abundantes nos textos do Gênesis e do Apocalipse).
Conforme Durand, contudo, foi a partir de Platão e de sua repulsa à imagem – porque se tratava de uma repetição do conceito e, por