Sagrado e profano

4021 palavras 17 páginas
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Resumo:
O relativismo moral e epistemológico que caracteriza a pós-modernidade não impediu o florescimento e o êxito de novas formas de manifestação religiosa. Porém, sua sobrevivência exige o estabelecimento de um pacto com o relativismo e com as estruturas discursivas que caracterizam a comunicação na sociedade tecnificada. O resultado é o surgimento de paradoxos conceituais, combinando, na esfera religiosa, opostos como visível-invisível, material-espiritual e relativo-absoluto.

O cenário acadêmico contemporâneo vive sob o domínio de um preceito filosófico cujo forma de manifestação - essencialmente dogmática - conflitua paradoxalmente com sua própria natureza. Trata-se do relativismo, noção tão difusa e pregnante no mundo intelectual que muitos de seus defensores sequer têm consciência das implicações teóricas mais amplas daquilo que sustentam. Contudo, fazem-no com tal convicção que muitas vezes acabam por absolutizar o que deveria ser em princípio avesso a toda forma de absolutismo. Alan Sokal e Jean Bricmont definem o princípio sumariamente como "qualquer filosofia que proponha que a verdade ou falsidade de uma afirmativa é relativa a um indivíduo ou grupo social" (1999: 51). Os autores refinam a definição apontando a existência de categorias diferentes de relativismo - epistêmico, moral, estético, etc -, mas deixam claro que nossa época se encontra sob o domínio indistinto de todas elas. Em outras palavras, no império do relativismo contemporâneo tornar-se-ia impossível estabelecer qualquer verdade última, seja no âmbito da ciência, dos juízos estéticos ou da ética.

Seria de se esperar que essa difusão do relativismo atingisse, de maneira especialmente aguda, a esfera da religião, cuja existência depende essencialmente do estabelecimento de verdades incontestáveis a priori. Porém, algo curioso parece passar-se com a experiência religiosa na sociedade pós-industrial:

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