O papel do psicólogo
2. A resistência se faz mais imperiosa sob a regência da anarke, a necessidade, a grande senhora do mundo subterrâneo no mundo psíquico inconsciente. A resistência manifesta sua força inexorável por desvios como a desordem, a desarmonia, a aflição diante de si próprio e no trato com as coisas do mundo circundante.
3. É imprescindível que a atitude do psicólogo seja de real contato à pessoa em sofrimento, respeitando-a sem críticas, menosprezo e desvalia. Tem que buscar alcançar uma ligação, uma proximidade necessária para que – esse que sofre – sinta que as dificuldades para poder irem embora precisam antes serem acolhidas.
4. Cabe ao psicólogo observar, perceber, escutar com tranqüilidade, aproximar sem ser coercitivo, inquiridor, todo poderoso, para que assim possa existir o silêncio necessário e o espaço para que o paciente revele suas intimidades, ou senão, denuncie os aspectos incoerentes e confusos de seus conflitos. É muito importante observar como o paciente trata a si próprio e as suas dores percebendo-o na sua linguagem verbal e não verbal.
5. O processo pode ser iniciado com o conflito deslocado, comprometendo a investigação psicodiagnóstica. Pode ocorrer também de o paciente perceber a discrepância e projetar no material de testes suas dificuldades, enquanto o psicólogo finge estar investigando alguma coisa, mas sorrateiramente explora outra socialmente rejeitada. Pode, ainda, haver dificuldade no momento da devolução psicodiagnóstica nos casos: de parecer técnico contaminado, por que o psicólogo entra em aliança com os aspectos patológicos, por adotar uma atitude ambígua não sendo devidamente explícito, ou ainda, deixando claro somente os pontos tolerados pelo paciente e por seu