O papel do psicólogo
Ignácio Martín–Baró, psicólogo e padre jesuíta espanhol, dedicou seus trabalhos a investigação da difícil realidade social e política dos países centro-americano. Responsável pelo departamento de Psicologia e Educação da Universidade Centro-americana ‘José Simeón Cañas’ (UCA) e fundadora do Instituto de Opinião Pública (IUDOP) foi um seguidor da Teologia da Libertação e defensor de uma Psicologia Social de Libertadora. Lutou pelos Direitos Humanos, pela igualdade e a justiça social no Equador, criticando o impacto negativo da política dos Estados Unidos nesta região.
No estudo de psicologia intitulado "O Papel do Psicólogo”, Martín-Baró, procurou definir o papel do psicólogo centro-americano. O autor optou por deixar de lado indicativos vindos dos Estados Unidos sobre as atribuições dos psicólogos no que refere principalmente a aplicação de testes para a seleção e exploração de mão de obra e adotou um caminho contra-hegemônico buscando a conscientização do fazer psicológico frente à definição de um novo saber e uma identidade profissional.
Dentro desta perspectiva da especificidade da psicologia como ‘quefazer’ científico e prático, o autor sugere neste estudo que o psicólogo neste contexto assuma as seguintes posições: repense a imagem de si mesmo como profissional, assuma a perspectiva das maiorias populares e coloque o saber psicológico a serviço da construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Como psicólogos, seremos chamados a discutir questões centrais a cerca do indivíduo e da sociedade. Diante de temas que atingem a humanidade como a injustiça estrutural, as guerras e alienação nacional mencionados no estudo pelo autor, não precisamos esperar sermos convocados para dialogar por questões sociais. Necessitamos sim, suspender julgamentos e inserir reflexões coletivas em uma determinada realidade social mais ampla, sem esquecer