o papel do psicologo
O trabalho profissional do psicólogo deve ser definido em função das circunstâncias concretas da população a que deve atender. Antes de nos perguntarmos sobre o quefazer, é necessário conhecer a realidade da população e não acatar modelos prontos de outras realidades sociais. Para compreendermos a situação atual (na verdade de 1996!) dos países da América Central, é necessário identificar três aspectos primordiais: a) A injustiça estrutural: os problemas fundamentais da área centro-americana são devidos a uma estruturação injusta de seus sistemas sociais. A maioria dos bens disponíveis está nas mãos de minorias oligárquicas, submetendo o restante da população a condições miseráveis. b) A luta revolucionária: a situação de guerra ou quase-guerra que vive a maioria dos países centro-americanos faz com que seus governos acabem investindo cada vez mais em recursos bélicos ao invés de investir na melhoria dos serviços destinados à população. Grupos guerrilheiros como os “Contras” da Nicarágua são financiados pelos EUA, “obrigando” o governo local a investir em armamentos. c) Estados nacionais como satélites dos Estados Unidos: em nome da “segurança nacional” (que no caso é a luta contra o comunismo), países centro-americanos acabam permitindo a intervenção norte-americana em sua soberania.
O papel do psicólogo
Em seu início, a Psicologia era pensada por alguns psicólogos como uma forma de adaptar às pessoas a sociedade. Tratava-se de mudar o indivíduo preservando a ordem social, ou gerando a ele a ilusão de que mudando seu comportamento poderia mudar a ordem social. Ainda hoje muitos psicólogos pensam dessa forma. Uma das maiores críticas aos psicólogos da América Central é que possuem um maior compromisso com as elites e que se esquecem dos fatores sociais, do contexto histórico, pressupondo que os indivíduos devem buscar soluções internas e subjetivas para seus problemas. É necessário refletir não só sobre as práticas atuais dos